DADOS: ENTRE A PROTEÇÃO INSTITUCIONAL E A EXPOSIÇÃO COTIDIANA

Exposição de dados digitais representada por crachá com QR Code e ícone de segurança ao fundo.
Rafaela Tertuliano, especialista responsável por artigo sobre exposição de dados digitais.

Por Rafaela Tertuliano - São Paulo
18/09/2025 às 14h35

O avanço da tecnologia e os riscos invisíveis

Nos últimos tempos, acompanhamos o crescimento acelerado de debates, eventos e publicações sobre Inteligência Artificial, tecnologias emergentes e, inevitavelmente, sobre dados. O tema ganhou força não apenas no campo corporativo, mas também no social, especialmente diante da chamada epidemia de fraudes e golpes digitais. Esse cenário reforça a necessidade de refletirmos sobre a exposição de dados digitais.

Exposição de dados digitais e a falsa sensação de segurança

Mesmo com tantas discussões, surge uma reflexão necessária: será que estamos realmente compreendendo os riscos da vida digital exposta? Muitas vezes, por não exibirmos um documento de forma direta, acreditamos que não há perigo. No entanto, um simples QR Code pode revelar as mesmas informações, ou até mais, do que um crachá físico.

A abstração do risco faz com que muitas pessoas não percebam que estão entregando dados pessoais de forma pública. Um exemplo é ver congressistas exibindo credenciais em eventos de segurança digital, com o QR Code totalmente visível. Esse detalhe, aparentemente inofensivo, pode carregar dados sensíveis e servir como porta de entrada para coleta indevida de informações.

Fragilidades que persistem após a pandemia

Esses episódios lembram o período da pandemia, quando houve forte campanha para que as pessoas ocultassem dados pessoais ao compartilhar fotos de carteiras de vacinação. Ainda assim, a prática de expor informações sensíveis em ambientes digitais continua bastante comum e contribui para a vulnerabilidade massiva de dados.

Entre discurso e prática na proteção de informações

Existe um descompasso claro entre o que falamos e o que fazemos. Investimos em programas de governança de dados dentro das empresas e exigimos responsabilidade em casos de vazamento. Porém, ao mesmo tempo, entregamos nossas próprias informações sem a devida cautela.

Esse movimento mostra que a cultura de proteção de dados ainda não está consolidada em nível individual. Há preocupação legítima com as grandes estruturas que armazenam informações, mas esquecemos que a segurança começa em pequenas atitudes cotidianas.

Um desafio cultural além da tecnologia

O desafio não é apenas tecnológico ou jurídico. Ele também é cultural. É preciso compreender que proteger dados vai além de reconhecer seu valor como ativo. A exposição pode ocorrer de forma sutil e quase imperceptível. Justamente por essa via quase invisível podem surgir efeitos devastadores, tanto no âmbito coletivo quanto no pessoal.

Como reduzir a exposição de dados digitais no dia a dia

Mais do que fortalecer normas e criar mecanismos de controle, precisamos promover uma mudança de mentalidade. Proteger dados não deve ser visto apenas como responsabilidade de empresas e governos, mas como prática cotidiana de cada indivíduo.

Muitas vezes, não é um grande vazamento que abre caminho para riscos, mas pequenos gestos desatentos que criam portas para ameaças invisíveis.

Construindo uma cultura de cuidado digital

Construir essa cultura de cuidado é um processo contínuo. Ele exige informação, educação digital e, principalmente, consciência de que cada dado tem valor. Somente assim conseguiremos equilibrar o entusiasmo pelas novas tecnologias com a responsabilidade de utilizá-las de forma segura.

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