Por Rafaela Tertuliano - São Paulo
28/10/2025 às 16h12
Megavazamento de dados: entenda o impacto e como se proteger
Nada como um megavazamento de dados para trazer de volta à mesa discussões essenciais sobre segurança digital. No último dia 27 de outubro, foi divulgado que um banco de dados com 193 milhões de e-mails únicos e 3,5 bilhões de registros foi incorporado ao site Have I Been Pwned, plataforma que permite verificar se suas credenciais já foram expostas.
No total, o sistema analisou mais de 23 bilhões de linhas de dados comprometidos, entre logins, senhas e históricos de navegação de usuários do mundo todo. Em outras palavras, trata-se de um dos maiores vazamentos da história recente.
De onde vieram os dados comprometidos
Segundo o pesquisador Troy Hunt, o caso difere de um vazamento clássico, normalmente causado por um único ataque.
Nesse contexto, as informações vieram de stealer logs, malwares que se instalam silenciosamente em computadores e celulares, capturando tudo o que é digitado, de logins e senhas até acessos bancários.
Ou seja, trata-se de um processo contínuo, em tempo real, que dispensa invasões diretas a servidores.
O mercado paralelo de dados
Esses programas maliciosos alimentam um verdadeiro mercado paralelo, com novas máquinas sendo infectadas a cada segundo.
Hoje, até plataformas como o Telegram se tornaram pontos de encontro para o comércio ilegal de informações pessoais.
Além disso, canais públicos e privados funcionam como “feiras digitais”, onde grupos criminosos compartilham ou vendem pacotes de dados.
Essa estrutura é organizada de forma piramidal:
- Primary Sellers: líderes do negócio;
- Aggregators: reúnem dados de várias fontes;
- Transfers: disseminam os malwares.
Um único canal pode publicar até 50 milhões de credenciais por dia.
Monitoramento automatizado
Para conter esse avanço, a equipe do Have I Been Pwned criou um sistema automatizado com 20 contas premium do Telegram operando 24 horas por dia.
Essas contas identificam padrões, baixam arquivos e detectam atividades suspeitas. Mesmo assim, o volume de dados é gigantesco: cerca de 600 milhões de novas credenciais processadas em poucos dias.
Como proteger suas informações
O episódio reforça um ponto crucial: segurança digital é rotina, não exceção. Esses vazamentos não resultam apenas de falhas pontuais, mas também da ação constante de infostealers e da circulação massiva de dados em redes paralelas.
Embora o caso tenha vindo à tona agora, há indícios de que o vazamento ocorreu em abril deste ano.
Para verificar se suas informações foram afetadas, acesse haveibeenpwned.com e digite seu e-mail. O site indicará se suas credenciais estão em algum banco de dados comprometido dos últimos 10 anos.
Passos para reforçar sua segurança
Se sua conta estiver comprometida, siga imediatamente estas medidas:
- Troque suas senhas e evite reutilizá-las;
- Crie combinações fortes, com letras, números e símbolos;
- Ative a verificação em duas etapas (2FA);
- Revise dispositivos conectados e remova os desconhecidos;
- Revogue permissões de aplicativos que não reconheça;
- Evite links suspeitos e redes Wi-Fi públicas;
- Por fim, use um gerenciador de senhas confiável, como 1Password, Bitwarden ou o do Google.
Compromisso da Waymaker Projects
Como já se tornou um jargão verdadeiro: os dados são o novo petróleo e, como todo ativo valioso, também atraem o crime.
Diante disso, a Waymaker Projects acompanha de perto os desdobramentos desse caso e reforça seu compromisso com a inovação responsável, a governança de dados e a educação digital como pilares de uma transformação tecnológica segura e consciente.
